Para onde foi a elegância? Arcos, curvas e colunas perderam espaço para frias e duras linhas retas. Se no passado a beleza arquitetetônica estava expressa em casarões e prédios públicos, hoje ela se esconde em luxuosos condomínios fechados, bem longe dos olhos dos famintos. No centro da cidade, apenas janelas quadradas, com vidros lacrados para isolar o som e o inconveniente calor que vem das ruas; o mundo pode acabar lá fora, pois continuaremos entretidos pelo trabalho, ou pela novelas das 8. Morre um pouco mais de nosso Helenismo romântico, dando espaço ao pragmatismo burguês anglo-americano - afoito e ignorante. Junto com as belas formas do centro da cidade, hoje expressas somente em decadentes casarões, caminha toda a cultura ocidental, em sua insessante e inconsequente busca pelo imediato, frio, fugaz e lucrativo. Se fosse sexo, seria nas coxas; se fosse comida, seria miojo. A elegância do passado foi perdida num misto entre a pressa pelo resultado, e a "vergonha" da ostensividade da riquesa - hoje nem a belas construções o pobre tem mais direito de desfrutar, a não ser que esteja previamente cadastrado na portaria.
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